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A contribuição do cooperativismo no desenvolvimento de comunidades rurais – o caso da COOPAEB
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O objetivo do artigo de hoje é iniciar a análise e a importância de algumas cooperativas agroextrativista que, atualmente,desempenham papeis importantes na produção e na comercialização de produtos agroextrativistas no Acre.
A fonte do artigo é o Projeto LEGAL – Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal/UFAC, executado pela Universidade Federal do Acre, através da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação e do Centro de Filosofia e Ciências Humanas – CFCH. O objetivo geral do LEGAL é produzir conhecimento acerca das instituições democráticas no estado do Acre, por meio de uma rede de pesquisadores e no âmbito do Laboratório de Estudos Geopolíticos da Amazônia Legal. No Acre o Projeto LEGAL é coordenado pela Professora Doutora Luci Teston, do CFCH.
Dentre as metas do Programa insere-se o monitoramento e o acompanhamento da atuação do Sistema Organização das Cooperativas Brasileiras– OCB, formado pela Confederação Nacional das Cooperativas (CNCOOP) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (SESCOOP).
É importante lembrar que o objetivo do sistema OCB/AC é de unir pessoas que acreditam no fortalecimento do movimento cooperativista e defendê-lo como modelo socioeconômico capaz de transformar o Acre em um lugar mais justo, feliz, equilibrado e com melhores oportunidades para todos.
Antes de iniciar é preciso destacar que o alicerce desse movimento cooperativista do Acre está a Cooperativa Central de Comercialização Extrativista no Acre – COOPERACRE, que será fruto de um artigo específico que publicaremos brevemente. A Cooperacre, hoje, se estende por 18 municípios e reúne mais de 2,5 mil famílias cooperadas, 12 cooperativas singulares e 25 associações. Para maiores detalhes, consultar o seu site, através do seguinte endereço: http://www.cooperacre.com/.
Destaco também, que a primeira experiência dos agroextrativistas acreanos com o cooperativismo, foi a Cooperativa Agroextrativista de Xapuri – CAEX, na busca de alternativas econômicas mesmo antes da conquista das Reservas Extrativistas – RESEX. A históriadesse movimento é destacada por Francisco Nepomuceno, que escreveu um boletim, que pode ser acessado, através do seguinte endereço: https://legal-amazonia.org/a-breve-historia-do-cooperativismo-que-atravessou-o-movimento-dos-seringueiros-e-a-resex-chico-mendes/.
Vamos iniciar destacando funcionamento e a importância da Cooperativa Agroextrativista de Assis, Brasil, Epitaciolândia e Brasiléia – Coopaeb, uma cooperativa singular, ligada à rede da Cooperacre. A entrevista foi realizada pelo Projeto LEGAL, no dia 10/04/2025, que ouviu o seu presidente, o Sr. José Rodrigues de Araújo, conhecido por De Araújo. Segue um resumo da entrevista.
A Coopaeb foi fundada em 2006, com o objetivo de organizar os produtores, que na época o foco era o fortalecimento da pecuária no município de Assis Brasil. Tanto que o seu nome eraCooperativa Agropecuária do Município de Assis Brasil. Com a criação da Cooperacre, foi nascendo a necessidade de organizar as cooperativas singulares, ligadas a atividades agroextrativistas. Em 2021, foi o início do processo de mudança do estatuto que contou com o apoio da OCB.
Depois de 5 mudanças estatutárias, a Coopaeb foi estabelecida. A sua sede está localizada no município de Brasiléia, que conta com uma estrutura de beneficiamento de café. Possuí também um pontode recolhimento de produção no município de Assis Brasil, onde constam: um escritório, um armazém de borracha, um armazém de castanha, um armazém de café que conta uma estrutura de beneficiamento do produto.
Trabalha com a Compra e venda de produção de borracha, castanha, frutas e o café. As frutas comercializadas são: Acerola, açaí, caju, cajá, graviola, abacaxi, maracujá, cupuaçu e goiaba.Conta com 272 cooperados, número que está em ascensão nos últimos anos. Portanto, tanto produtos extrativos como de cultivos, daí ser uma cooperativa agroextrativista.
A Cooperativa conta com uma diretoria, um conselho administrativo e um conselho fiscal, todos ativos. Toda segunda-feira do mês, ocorre uma reunião para deliberações, envolvendo as três estruturas. Quanto às assembleias de cooperados, devido à grande dispersão do cooperados pelo território, conseguem a presença de somente 30% deles. Porém, o Presidente informa, que para suprir essa deficiência, constituiu uma agenda constante de reuniões comunitárias ,em locais de maior concentração de sócios.
A pouco mais de um ano a cooperativa conseguiu a contratação de 3 técnicos que prestam assistência técnica, especialmente na borracha – cujo o principal comprador exige uma série de cuidados na produção, chamados de “os quatro zelos”) – na castanha, no café e em outros programas, incluindo o apoio para que os filiados fiquem regularizados junto ao Cadastro Nacional da Agricultura Familiar (CAF) requisito necessário para que não tenham problemas com o PGPM-Bio que é a Política de Garantia de Preços Mínimos para Produtos da Sociobiodiversidade. O programa garante um preço mínimo em mais de 17 produtos extrativistas, que ajudam a conservar o meio ambiente.
Além de uma vasta experiência nos movimentos populares, o Presidente De Araújo destacou como se preparou para assumir a Presidência da Coopaeb. Frequentou vários cursos como: cooperativismo, associativismo, gestão de cooperativa, gestão humana e outros 25 cursos de pequena duração.
Indagado se algumas vezes pensaram na terceirização da gestão da cooperativa, De Araújo respondeu, com convicção: “ De maneira nenhuma….Porque se a gente terceirizar, nós deixamos de ter o domínio do que é nosso. A cooperativa, nós entendemos e temos certeza disso, é a nossa empresa. Nós somos donos e é nós que temos que fazer a gestão”.
A Coopaeb realizou recentemente um Planejamento Estratégico, onde reuniu por 8 dias, não somente a diretoria e os sócios. Chamou também os parceiros: sindicatos, associações, Secretaria de Produção, Secretaria de Meio Ambiente, Governo do Estado, Prefeituras e Incra, dentre outros. Para o Presidente, esse instrumento é o guia da gestão. Afirma que quem entra nos escritórios da cooperativa, sempre vai ver lá, impresso, oplanejamento estratégico, fixado na parede.
A cooperativa compra e paga toda a produção de borracha e de castanha Os preços são fixados para os sócios (preço maior) e os não sócios (preço menor). O café é beneficiado pela estrutura da cooperativa e os outros produtos, como as frutas, são coletados e encaminhados para a Central (Cooperacre).
De Araújo comenta como surgiu o cultivo do café no âmbito da cooperativa. Quando ainda era a Cooperativa Agropecuária o pensamento era trabalhar com a pecuária. Quando a cooperativa foi fazer o levantamento nas propriedades, deparou-se que elas possuíam de 30 a 50 hectares. Ficou constatado que não havia viabilidade nenhuma para viabilizar a pecuária, pois nunca as receitas iriam superar as despesas.
Nesse sentido, partiu-se para buscar outras culturas, que fossem viáveis, e que os sócios tivessem condições técnicas paraimplementá-las. Foi quando surgiu a ideia do café. Fizeram visitasem Rondônia, em Acrelândia. Perceberam então, que para mudar um pouco da realidade dos produtores, principalmente aqueles que têm áreas pequenas, que não tinham condições de estar trabalhando no extrativismo, o café poderia ser uma alternativa viável.
Partiram para a execução. Instalaram viveiros em uma parceria com as prefeituras com doação de mudas. A realidade mudou, hoje a Coopaeb é uma das cooperativas ligadas à Cooperacre que, fora a Coopercafé de Mâncio Lima, é a maior em produção de café.
O Espaço foi pequeno. Temos que voltar a destacar a Coopaeb na próxima semana. Onde destacaremos outros aspectos, como mercado, gestão financeira, políticas públicas de apoio, questões sociais e ambientais e os desafios e perspectivas futuras.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no Notícias da Redação

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Ângela Ro Ro: desde o fim até o começo

Segunda feira, 08 de setembro, início da tarde, o noticiário informa da morte da cantora Angela Ro Ro, no Rio de Janeiro, aos 75 anos.
Desde o início do ano acompanhava pela redes sócias a via crusci da cantora, que sem recursos para bancar o tratamento médico, apelava para o grande público, com vaquinhas on line. A artista havia sido internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Silvestre, no Rio de Janeiro. Ela enfrentava uma infecção pulmonar e passou por diversos procedimentos, incluindo intubação, traqueostomia e sessões de diálise.
Em maio, Ro Ro informou ter recebido o diagnostico de infecção no sangue e “suspeita de câncer”. Na época, ela pediu ajuda de fãs e amigos por doações via pix, visto não conseguir trabalhar em razão da saúde fragilizada. Dias antes de sua morte, seu advogado afirmou que Ro Ro não possuía aposentadoria e não tinha guardado reservas ao longo de sua vida. Ela recebia apenas R$ 800,00 reais, que
O Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), responsável por repassar a artista o valor equivalente aos seus direitos autorais, lhe repassava.
Angela estava falida, pedindo dinheiro nas redes para pagar as contas básicas, e não vi nenhum “artista” se solidarizando ou se prestando a ajudá-la. Foi só ser divulgada a notícia de falecimento para aparecer um monte de bacana fazendo homenagens. Como dizia a canção do Nelson Cavaquinho: “Depois que o tempo passar sei que ninguém vai se lembrar que eu fui embora. Por isso é que eu penso assim, se alguém quiser fazer por mim, que faça agora…”
Nascida em 1949, no Rio de Janeiro, Angela Ro Ro foi uma das pioneiras na cena musical brasileira, destacando-se por sua voz rouca e presença de palco inconfundíveis. Sua voz chegou a ser comparada a da cantora norteamericana Janis Joplin, morta em outubro de 1970, aos 27 anos, por overdose.
Seu álbum de estreia, Angela Ro Ro (1979), tornou-se um marco da música brasileira, com sucessos como “Amor, Meu Grande Amor” e “Tola Foi Você” . Ao longo de sua carreira, lançou mais de dez discos e colaborou com artistas renomados como Maria Bethânia, Luiz Melodia, Cazuza e Ney Matogrosso.
Além de sua contribuição artística, Angela Ro Ro também foi reconhecida por sua coragem em se assumir publicamente como lésbica, tornando-se uma referência para a comunidade LGBTQIA+ no Brasil nos anos 80, quando essa exposição não era comum.
Sua trajetória foi marcada por autenticidade, talento e resistência, características que a consolidaram como um ícone da música popular brasileira.
Seu estilo de compor e de cantar, bastante original muitas vezes é associado às cantoras de ‘dor de cotovelo’ (dores do amor) como Dolores Duran e Maysa.
Mas a irreverência de Ro Ro a coloca na galeria das mulheres emancipados das décadas seguintes como Rita Lee, Joana, Simone e Zélia Duncan.
A artista lançou dez discos e escreveu 145 canções em quarenta anos de carreira.
Viveu tudo que poderia, sofrer mais do que merecia, mas entregou muito pra vida. Assim como Cazuza, Tim Maia, Cássia Eller, Angela Ro Ro marcou seu tempo com irreverência, transgressão e talento.
Ângela Ro Ro fez a playlist de amor e vida visceral, como ela.
“Amor, meu grande amor/Não chegue na hora marcada/Assim como as canções
Como as paixões e as palavras/Me veja nos seus olhos/Na minha cara lavada
Me venha sem saber/Se sou fogo ou se sou água/Amor, meu grande amor
Me chegue assim bem de repente/Sem nome ou sobrenome/Sem sentir o que não sente. Amor, meu grande amor, só dure o tempo que mereça/ é quando quiser me dizer/que seja de qualquer maneira/ Enquanto me tiver/ que eu seja a última e a primeira”.
Luiz Thadeu Nunes e Silva
Engenheiro Agrônomo, escritor e globetrotter. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.
Instagram: @luiz.thadeu
Facebook: Luiz Thadeu Silva
E-mail: luiz.thadeu@uol.com.br
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