Search
Close this search box.

COLUNISTAS

Acre apresenta queda na taxa de urbanização em 7 municípios

Publicados

COLUNISTAS

Orlando Sabino

A Taxa de Urbanização é o aumento proporcional da população urbana em relação à população rural. Segundo esse conceito, só ocorre urbanização quando o crescimento da população urbana é superior ao crescimento da população rural.

Conforme o site UOL (pesquisa escolar – Geografia), somente na segunda metade do século XX, o Brasil tornou-se um país urbano, ou seja, mais de 50% de sua população passou a residir nas cidades. A partir da década de 1950, o processo de urbanização no Brasil tornou-se cada vez mais acelerado. Isso se deve, sobretudo, a intensificação do processo de industrialização brasileiro ocorrido a partir de 1956, sendo esta a principal consequência, entre uma série de outras, da “política desenvolvimentista” do governo Juscelino Kubitschek. Demógrafos também destacam que a urbanização é a busca por melhores oportunidades de emprego, educação e serviços de saúde nas áreas urbanas.

Conforme o IBGE, a urbanização do Acre foi registrada no Censo de 1991, quando a população urbana alcançou 62%. Na capital Rio Branco, a urbanização foi alcançada já no censo de 1980 (74,4%). A urbanização do Acre se deu em função da desestruturação das atividades extrativistas devido à expulsão em massa dos seringueiros pelo comércio das terras, com início na década de setenta do século passado.

Na tabela a seguir destacam-se os números obtidos pelo Censo de 2022. Para uma melhor análise expõe-se também, os dados do censo de 2010 para fins de comparação. Constam na tabela dados para o Acre e para todos os municípios acreanos.

Em 2022 o Acre contava com 74,4% de sua população na zona urbana

No censo de 2010 a Taxa de urbanização do Acre era de 72,6%, concentrando 532 mil habitantes. Em 2022, a taxa foi para 74,4%, somente um porto oito ponto percentual acima do de 2010 e contava com 614 mil habitantes. A capital, Rio Branco, foi a que apresentou a maior taxa (93,5%) dentre todos os municípios.

Sete municípios acreanos ainda não alcançaram a urbanização (taxa superior a 50%): Marechal Thaumaturgo (34,4%), Rodrigues Alves (38%), Jordão (39,7%), Capixaba (40,7%), Bujari (46%), Porto Walter (46,1%) e Santa Rosa (48.9%). Os outros quinze já alcançaram a urbanização, destaques para Rio Branco (93,5%) e Cruzeiro do Sul (74%).

Em 2010, nove municípios não tinham alcançado a urbanização: Porto Acre, Marechal Thaumaturgo, Rodrigues Alves, Jordão, Porto Walter, Santa Rosa, Bujari, Capixaba e Acrelândia. Portanto, no intervalo censitário (2010 a 2022), os municípios de Acrelândia (55,4%) e Porto Acre (56,8%) alcançaram taxas de urbanização superiores da 50%.

Censo identifica a queda da urbanização em sete municípios

O censo identificou uma queda nas taxas de urbanização em: Capixaba, Assis Brasil, Brasiléia, Xapuri, Epitaciolândia, Sena Madureira, Manoel Urbano e Feijó. A queda foi, em média, de 3,7 pontos percentuais (p.p.) na comparação de 2010 para 2022, Destaques para Manoel Urbano (10 p.p.), e Xapuri (7,7 p.p.).

Todos os municípios que compõem a Regional do Alto Acre (Assis Brasil, Brasiléia, Epitaciolândia e Xapuri apresentaram queda, em média, de 3,3 p.p. Conforme gráfico a seguir, a regional contava, em 2022, com uma população rural de 26.271 pessoas. Observa-se que a curva da taxa de urbanização, em crescimento desde 1980, em 2022, declina.

Pelos dados do IBGE, a taxa de urbanização no Acre tem mostrado uma tendência de crescimento ao longo das últimas décadas, mas também apresenta algumas nuances interessantes. Em 2022, aproximadamente 74,4% da população acreana vivia em áreas urbanas, um aumento em relação aos 72,6% registrados em 2010. Esse crescimento reflete o contínuo processo de urbanização que o estado tem experimentado. Porém, o crescimento, proporcionalmente, vem apresentando quedas. De 1980 para 1991 cresceu 18,1 p.p., de 1991 para 2010 cresceu 10,7 p.p e agora, de 2010 para 2022 cresceu somente 1,8 p.p.

No entanto, vale destacar que, entre 2010 e 2022, houve um aumento da população urbana de somente 81,2 mil pessoas, enquanto de 1991 para 2010 o crescimento foi de 273,8 mil pessoas. Esse fenômeno de queda de urbanização nesses sete municípios pode ser atribuído a diversas causas, destaco alguns deles, todos ligados a diversos fatores econômicos, sociais e ambientais.

  1. Melhoria econômica, principalmente de preços, de alguns produtos do campo: milho, mandioca, café, castanha, borracha, açaí, etc., em todos os 7 municípios.
  2. Incentivo estatal para implantação de complexos agroindustriais empresariais de suínos e aves que dinamizou todos os elos da cadeia produtiva, demandando mais empregos no campo (Alto Acre)
  3. Transações com terras que podem indicar um movimento da força de trabalho da cidade para o campo.
  4. Maiores incentivos e apoio à população rural e melhoria na infraestrutura de escoamento da pequena produção rural.
  5. Melhoria das condições sociais no meio rural (saúde e educação) e maiores incentivos, como a assistência técnica.

São apenas algumas reflexões. Maiores estudos e pesquisas devem ser realizados para constatar as hipóteses que levanto. Mas os dados são importantes e devem ser aprofundados para instituir políticas públicas de apoio a esse movimento de volta ao campo.

COMENTE ABAIXO:
Propaganda

ACRE

Número de trabalhadores informais aumenta 11,3%

Publicados

em

Orlando Sabino

A taxa de desemprego do Acre no terceiro trimestre de 2024, de 7,4%, foi a terceira menor da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em sua Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) Trimestral, iniciada em 2012. No dia 22/11, o instituto anunciou a Pnad Trimestral referente ao trimestre até setembro. A taxa de desemprego do Acre ficou em 7,4% entre julho e setembro, a terceira menor desde 2012, somente o terceiro trimestre de 2014 (7,1%) e a de 2023 (6,2%), foram superiores ao alcançado no trimestre. No gráfico a seguir destacam-se as taxas dos últimos 13 trimestres, mostrando uma tendência de queda.

É importante ressaltar, que embora a taxa de desemprego tenha aumentado em relação ao terceiro trimestre do ano passado (6,2%) e em relação ao segundo trimestre de 2024, percebe-se, conforme a tabela abaixo, que tanto o nível de ocupação (48,8%) como a taxa de participação na força de trabalho (52,7%) aumentou em relação aos trimestres analisados. Isso significa que, embora a taxa de desemprego tenha aumentado, mais pessoas que entraram no mercado de trabalho conseguiram uma ocupação.

Em um ano, 26 mil pessoas entraram no mercado de trabalho, 20 mil conseguiram emprego

Na tabela a seguir, destaca-se a população do Acre de pessoas com 14 anos ou mais de idade e quantos destes estavam dispostos a trabalhar (na força de trabalho). Além do mais, destaca-se o número de pessoas que estavam na força de trabalho e as que estavam ocupadas e as que estavam desocupadas (não conseguiram emprego).

Destaca-se o crescimento da força de trabalho, em um ano, 26 mil e o crescimentos dos que conseguiram empregos (20 mil). O número de desempregado ficou em 27 mil no terceiro trimestre de 2024.

Sempre é bom informar que a taxa de desemprego é formada por quem busca e não consegue emprego. O grupo é caracterizado por pessoas de dentro da força de trabalho que não estão trabalhando, mas estão disponíveis e tentam encontrar emprego. O método utilizado pelo IBGE excluí do cálculo todos os que estão fora da força de trabalho, como um estudante universitário que dedica seu tempo somente aos estudos e uma dona de casa que não trabalha fora.

Construção civil cresce 21% em um ano e lidera o crescimento dos setores da economia 

Em relação à força de trabalho ocupada, por setores da economia, percebe-se que, em um ano, conforme consta na tabela a seguir, com exceção dos serviços de administração pública que foi reduzido de 84 mil para 81 mil (-3,6%), todos os demais setores apresentaram crescimento. Destaque para o crescimento dos empregos na construção e nos serviços domésticos (21,1%) e no setor industrial, onde os empregos cresceram 20,8%, em um ano. A economia, como um todo, viu os empregos crescerem em 7,6% em um ano.

Em um ano, número de trabalhadores informalidade aumenta 11,3% e somam 158 mil no terceiro trimestre de 2024

Um dado lamentável é que, uma parte significativa das pessoas empregadas estão no setor informal, conforme pode ser observado na tabela a seguir. Observa-se que em um ano, as categorias dos informais que mais cresceram foram: os empregados no setor privado sem carteira assinada (61,8%), os empregadores sem CNPJ (50%) e os trabalhadores domésticos sem carteira assinada (33,3%). A boa notícia dos números da informalidade, foi a redução de 14,3% dos trabalhadores conta própria (autônomos) que viram a informalidade cair 14,3%, saindo de 84 mil no terceiro trimestre de 2023 para 72 mil em 2024.

O número de desalentados, que são as pessoas que não estão na força de trabalho, mas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis para assumir uma vaga, foi reduzido em 5 mil pessoas, saiu de 23 mil em 2023 para 18 mil em 2024. O Percentual de pessoas desalentadas na população na força de trabalho ou desalentada saiu de 6,3% para 4,8%. Um bom resultado.

A massa salarial média aumentou 8,8% e vai a 839 milhões/mês

Com mais pessoas empregadas, a massa salarial (a soma de todos os rendimentos da força de trabalho) saiu de R$ 771 milhões para R$ 839 milhões, em um ano. Os rendimentos médios também cresceram (2,5%), embora abaixo da massa (8,8%), saindo de R$ 2.471 para R$2.533. Na tabela abaixo destacam-se os valores para os 3 trimestres analisados.

O bom desempenho da economia brasileira, que fechou o terceiro trimestre com uma taxa de desemprego de somente 6,4%, explica, em parte, o bom momento que a força de trabalho do Acre está vivendo. Aliado ao bom momento do Governo Lula, os investimentos públicos no Acre estão acontecendo, em todas as esferas de governo, seja federal, estadual e/ou municipal.

Governos do Acre e de Rio Branco injetaram mais de R$ 716 milhões em investimentos nos primeiros 10 meses do ano

Na tabela a seguir, constam os gastos com investimentos do estado e da capital, referentes ao período de janeiro a outubro de 2023 e 2024. Percebe-se um aumento significativo na comparação entre os dois anos. Os investimentos dos dois juntos cresceram, cresceram mais de 186%, alcançando R$ 716,8 milhões, em 2024. O crescimento dos investimentos da capital foi de 229% (R$ 165,2 milhões) e o estadual de mais de 176% (R$ 551,6 milhões). Foram gastos R$ 467 milhões a mais que o mesmo período de 2023.

Sem adicionar os investimentos do governo federal e dos demais governos municipais, observa-se a grandiosidade dos investimentos públicos que resultaram numa melhoria substancial no nível de emprego do Acre.

Sem dúvida, as eleições de 2024 ajudaram o aumento desses investimentos, principalmente nas esferas estadual e municipal. O crescimento dos empregos na construção, na indústria e nos serviços, foi fortemente influenciado pelo crescimento dos investimentos públicos. O lado negativo do mercado de trabalho é a informalidade em alta, comum em todo país. Mas os números são muito bons.

COMENTE ABAIXO:
Continue lendo

RIO BRANCO

POLÍTICA AC

ACRE

POLÍCIA

161233

MAIS LIDAS DA SEMANA