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Após incêndio, prefeito diz que escolas de samba não serão rebaixadas

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Os desfiles da Série Ouro, principal grupo de acesso do carnaval carioca, não terão as escolas de samba rebaixadas em 2025. A afirmação é do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, após o incêndio, nesta quarta-feira (12), em uma confecção que produzia fantasias para diversas agremiações.

Ao menos duas escolas confirmaram que toda a produção para o carnaval deste ano estava na fábrica atingida pelo fogo.

Paes fez uma publicação nas redes sociais após ter conversado com o presidente da Liga-RJ, Hugo Junior, que representa as escolas do grupo de acesso.

“Já tomamos a decisão de que, independentemente de qualquer coisa, as escolas não serão rebaixadas no carnaval deste ano. Havendo possibilidade de desfilar, as três escolas afetadas pelo fogo serão consideradas hors-concours”, escreveu o prefeito.

Ele manifestou ainda solidariedade às agremiações Império Serrano, Unidos da Ponte e Unidos de Bangu, principais prejudicadas pelo incêndio.

Não será a primeira vez que um desfile de carnaval não terá escolas rebaixados por causa de incêndio. Em 2011, a Liga Independente das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Liesa) decidiu não julgar Portela, União da Ilha e Acadêmicos do Grande Rio, por causa de um incêndio na Cidade do Samba, espaço que reúne barracões, a um mês para o carnaval daquele ano.

Incêndio em confecção

O fogo começou cedo, na manhã desta quarta-feira, na Maximus Confecções, em Ramos, zona norte do Rio de Janeiro. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 21 pessoas precisaram ser socorridas. Ao menos dez têm o quadro de saúde grave.

De acordo com a corporação, a fábrica não tinha autorização para funcionamento. A Polícia Civil investiga a causa do incêndio.

Fantasias

Dedido à proximidade do carnaval, a fábrica funcionava com turno estendido, e alguns funcionários dormiam no local para acelerar a produção.

De acordo com o presidente da Liga-RJ, ao menos três escolas tiveram “perda total”.

“É um triste dia para o carnaval do Rio de Janeiro”, lamentou Hugo Junior. Segundo o presidente da Liga-RJ, faltando 16 dias para o desfile da Série Ouro, é “muito pouco provável” qualquer forma de recuperação do material.

Ele explicou que, além de fábrica de fantasia, algumas escolas utilizavam o local como ateliê. “A Maximus é uma empresa que fornece o material para a cadeia produtiva do carnaval do Rio de Janeiro”.

A Liga-RJ fará uma reunião com os presidentes de todas as agremiações para tratar como será a disputa no grupo de acesso este ano. “Para que nenhuma escola sofrida hoje possa ser penalizada”.

Império Serrano

“É o sonho de um ano de trabalho que acaba”, se emocionou o superintendente-geral do Império Serrano, Paulo Santi, escola que fechará a noite de desfiles no sábado de carnaval, 1º de março.

“Entraríamos para disputar o título”, disse. “Mas o Império é forte, o Império vai para a avenida”. Segundo ele, a agremiação estava “praticamente com o carnaval pronto”

Questionado sobre as condições de funcionamento da confecção, o presidente da Império Serrano, Flávio França, disse que a produção é terceirizada.

“A gente alugou o espaço. Existe uma empresa que faz esse serviço, a gente contrata os profissionais para poder desenvolver essas fantasias, mas a gente, nesse primeiro momento, está preocupado com a saúde de todos”.

O presidente da Unidos da Ponte, Tião Pinheiro, considerou bem-vinda a decisão da Liga-RJ de não rebaixar nenhuma escola esse ano e disse que a preocupação neste momento é a vida e saúde das vítimas. “Depois disso vamos pensar em fantasias, em roupas, em ateliê. A decisão de não rebaixar as escolas me parece muito justa e sensata neste momento”, disse, por meio de vídeo, em suas redes sociais.

Outras escolas

Entre as demais escolas de samba que tiveram produção afetada, figuram a Acadêmicos da Rocinha, da Série Prata, e Arranco do Engenho de Dentro, União da Ilha e Porto da Pedra, as três da Série Ouro.

“Havia duas alas, placas e tecidos da escola sendo produzidos no local, alguns deles programados para serem entregues na data de hoje”, informou a Porto da Pedra.

“Nossa agremiação, que já passou por momento trágico como este em 2011, se solidariza com as coirmãs afetadas neste episódio”, disse a Ilha do Governador.

Escolas de samba que não foram atingidas, como Beija-Flor, Mocidade Independente de Padre Miguel, Unidos de Padre Miguel e Viradouro, todas do Grupo Especial, publicaram mensagens de solidariedade.

“Desejamos pronta recuperação aos funcionários feridos e prestamos nossa solidariedade às coirmãs afetadas.”, registrou a Viradouro, campeã de 2024.

*Estagiária sob supervisão



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Situação dos rios em Mata Atlântica é preocupante, aponta pesquisa

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Pesquisa da Fundação SOS Mata Atlântica coletou dados em 112 rios durante o ano de 2024, em 14 estados com incidência de Mata Atlântica, e percebeu ligeira piora e estagnação em alguns pontos, e poucos registros de melhora, restritos a projetos pioneiros, além de um aumento pequeno mas sensível de pontos em que a qualidade das águas foi considerada ruim.

O estudo recebeu apoio de uma rede de voluntários e cobriu 145 pontos de coleta em 67 municípios do Nordeste ao Sul do país, 18 pontos a mais do que o estudo anterior, com dados coletados em 2023. 

Em 7,6% dos pontos (11), as amostras apresentaram qualidade boa, enquanto 13,8% (20) foram classificados como ruins e 3,4% (5) atingiram a pior classificação, péssima. 

A predominância da qualidade regular, em 75,2% dos pontos (109), reforça o alerta sobre a vulnerabilidade dos recursos hídricos na Mata Atlântica, segundo o relatório. 

A melhor classificação, ótima, não foi encontrada em nenhum ponto de medição. São 16 parâmetros analisados, que remetem à Resolução 357/05 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

O levantamento produziu uma métrica batizada de Índice de Qualidade da Água (IQA), que atesta que os rios com qualidade ótima ou boa contam com condições adequadas para abastecimento, produção de alimentos e vida aquática equilibrada, enquanto aqueles classificados como regulares já apresentam impactos ambientais que podem comprometer seu uso para consumo ou lazer. 

Nos rios com qualidade ruim ou péssima, a poluição atinge níveis críticos, prejudicando tanto a biodiversidade quanto a população que depende desses recursos hídricos, e a saúde pública. É o caso do Rio Pinheiros, em São Paulo, há pelo menos 5 décadas com ocupação intensiva e despejo de esgoto direto. 

No começo dos anos 1960 ainda era possível navegar e pescar nele, assim como em centenas de rios menores, que foram canalizados na cidade, história que a TV Brasil contou em reportagem.

Soluções

“Por enquanto, o que a gente tem observado avançando a partir do marco legal do saneamento, de 2020, é o processo de privatização das empresas de saneamento, mas não necessariamente os investimentos estão aparecendo. O rio nos conta tudo, e ele está nos contando que ainda faltam esses investimentos”, explica Gustavo Veronesi, coordenador do programa Observando os Rios na SOS Mata Atlântica. 

“Também [o rio] nos conta que com as soluções tradicionais talvez a gente não chegue em 2033, que o marco preconiza como a data em que a gente tem que ter 99% das pessoas com acesso à água e 90% das pessoas com acesso à coleta e tratamento de esgoto”, alerta.

Para Veronesi, as soluções convencionais não vão dar conta, em um cenário de emergências climáticas, sendo necessário aplicar soluções alternativas para atingir a universalização do saneamento, viáveis em áreas rurais ou em cenários isolados dentro de grandes cidades. 

“São comunidades isoladas, pequenas comunidades, em que o investimento para se levar a tubulações, quilômetros de tubulações para se coletar esse esgoto, não são viáveis”, diz o pesquisador.


São Paulo (SP), 20/03/2025 - Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara.  Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
São Paulo (SP), 20/03/2025 - Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara.  Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara, instalou um Tanque de Evapotranspiração – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Uma dessas iniciativas para melhorar a qualidade de rios acontece no coração da maior cidade do país, São Paulo, no Butantã. O bairro na zona oeste é cortado por diversos riachos e córregos. Alguns deles correm próximos e afloram  em uma fonte, com construções que nos remetem a antes da ocupação portuguesa. 

O Parque da Fonte Peabiru, em um terreno tombado, tornado de utilidade pública e municipalizado após décadas de luta da comunidade do Morro do Querosene, enfrentou por muitos anos poluição de esgoto doméstico, uma vez que a rede de saneamento da Sabesp não atendia a todas as casas do bairro. 

Em um projeto apoiado pela SOS Mata Atlântica e organizado por moradores, foi construído um sistema para descontaminação do Córrego da Fonte constituído por uma pequena rede coletora desse esgoto que o despeja em um Tanque de Evapotranspiração (Tevap), isolado do lençol freático. É um projeto de permacultura com conceitos de Soluções Baseadas na Natureza, que impede que os efluentes de cerca de 30 pessoas sejam lançados no parque, que ainda não foi oficialmente aberto à população.

Parte dos moradores se junta todo domingo de manhã para limpeza e melhorias no espaço. Moradora da região há algumas décadas, Cecília Pellegrini considera que esse tipo de esforço, de soluções no micro, são necessárias. 

“Nós do bairro convivíamos com o mau-cheiro e a poluição, mas desde dezembro, quando terminamos o sistema Tevap, o problema acabou. A água está limpa. É o tipo de solução que representa o futuro, que trata aqui, no local, ao invés de jogar esse esgoto para ser tratado longe, com perda e contaminação no caminho”, comemora Cecília Pellegrini. 

Para Cecília, é uma solução que ainda beneficia o bairro com bananeiras, girassóis e uma dezena de plantas que fazem a filtragem e devolvem a umidade ao entorno, que conta com árvores centenárias e o carinho da comunidade.


São Paulo (SP), 20/03/2025 - Cecília Pellegrini no Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara.  Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
São Paulo (SP), 20/03/2025 - Cecília Pellegrini no Parque Municipal da Fonte com nascente na Travessa da Fonte, Vila Pirajussara.  Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Cecília Pellegrini participou do projeto de descontaminação do Córrego da Fonte, no Parque Municipal da Fonte – Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O estudo reforça que a insuficiência das estruturas de saneamento básico ainda é o principal elemento a determinar a ausência de melhorias. Cerca de 35 milhões de brasileiros seguem sem acesso à água potável e metade da população do país não têm tratamento de esgoto. 

Foram identificados casos pontuais de melhoria, que “demonstram o potencial de recuperação quando há mobilização e políticas adequadas, mas exige um esforço coordenado entre sociedade, governos e empresas”, segundo a pesquisa. 

Um desses exemplos é o Córrego Trapicheiros, na cidade do Rio de Janeiro, que apresentou uma melhora de qualidade regular para boa, assim como os rios Sergipe e do Sal, em Sergipe. Em São Paulo, o Córrego São José, na capital, saiu da classificação ruim para regular. O relatório apontou a piora no Rio Capibaribe, em Pernambuco, e no Rio Capivari, em Florianópolis, onde houve impacto significativo de despejo irregular de esgoto. 

“A ausência de fiscalização adequada e a expansão urbana desordenada contribuem para esse cenário de degradação progressiva”, denunciam os pesquisadores.

Para Malu Ribeiro, diretora de Políticas Públicas da SOS Mata Atlântica, o Brasil ainda enfrenta dificuldades para integrar políticas de água, clima, meio ambiente e saneamento, “um desafio essencial para a gestão sustentável dos recursos hídricos”.

“A sociedade civil precisa estar cada vez mais ativa nos comitês de bacias hidrográficas e na defesa da água limpa, porque o cenário não melhora sozinho. Enquanto a ONU reforça a urgência de políticas integradas até 2030, o Brasil ainda precisa avançar para transformar compromissos em ações concretas. O retrato da qualidade da água dos rios da Mata Atlântica, construído por meio da ciência cidadã, reforça essa necessidade e evidencia o papel crucial da mobilização social para garantir um futuro sustentável para todos”, destaca a diretora.

Para Veronesi, essa participação também passa pela pressão direta com o poder público municipal, que é o titular do saneamento e responsável pelas políticas públicas e obras, assim como pelas concessões, quando ocorrem. 

“Também as pessoas podem cobrar das empresas das quais elas consomem produtos, porque muitas vezes a gente esquece das empresas nesse processo”, defende Veronesi.

De acordo com o pesquisador, “se a gente pensar o saneamento como quatro pilares, água potável para as pessoas, coleta e tratamento de esgoto, disposição adequada dos resíduos sólidos urbanos e o manejo das águas da chuva, nesse quesito dos resíduos, as empresas são fundamentais”.

Veronesi avalia que a disposição dos resíduos sólidos, como embalagens, é importante na poluição dos rios do bioma, e seu manejo fica muitas vezes sem um responsável definitivo, entre empresas e prefeituras.

Outro fator importante e pouco considerado na região de Mata Atlântica, segundo Veronesi, é o controle de agrotóxicos e outros agentes químicos, que chama atenção geralmente em situações limite, como acidentes com grande mortandade de peixes, mas normalmente não é feito com a constância necessária. 

Veronesi acredita que além de medidas mais urgentes, há medidas de longo prazo que são importantes para melhorar esse cenário.

“A gente precisa de nascentes de rios protegidas, a gente precisa das margens dos nossos rios protegidos, com mata ciliar, com parques lineares, parando o desmatamento e restaurando florestas, inclusive em áreas urbanas”, defende Veronesi.



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