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Educação de Jovens e Adultos muda a vida e a história de estudantes acreanos
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A Educação de Jovens e Adultos (EJA) da Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) ajuda muitas pessoas a realizar sonhos e mudar histórias de vida. Para se ter uma ideia, somente em 2024, cerca de 15 mil estudantes foram impactados com as ações da modalidade nos 22 municípios acreanos.
Com um corpo docente de 528 profissionais, a EJA oferece uma segunda chance para todos aqueles que, por diversas razões, não conseguiram concluir os estudos na idade adequada. Foram 1,7 mil alunos matriculados no ensino fundamental, anos iniciais, outros 5,9 mil nos anos finais e mais 7,2 mil no ensino médio.
Dessa forma, além de mudar histórias de vida, a EJA também tem se mostrado importante para a inclusão social e a redução da desigualdade educacional no estado, proporcionando acesso a habilidades escolares essenciais e conhecimentos que capacitam os alunos a entrar no mercado de trabalho.
“A EJA proporciona inúmeros benefícios aos estudantes, pois ao concluir a educação básica por meio dessa modalidade, muitos alunos conseguem acessar melhores oportunidades de emprego e aumentar a renda, melhorando a qualidade de vida”, explica o chefe do Departamento da EJA da SEE, professor Jessé Dantas.
Além da conclusão do ensino médio, a modalidade também oferece cursos por meio da plataforma Educ para qualificar os estudantes. E, em parceria com o Instituto Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (Ieptec), a EJA tem 25 turmas do ensino fundamental, participando de cursos como confeiteiro, operador de supermercados, operador de computador e outros.
Sonho em andamento
Entre os alunos impactados com as transformações educacionais proporcionadas pela educação de jovens e adultos está a dona Maria Eliete de Farias, de 73 anos. Na EJA, ela concluiu o ensino fundamental e também o ensino médio. Agora, sua meta é cursar Artes Cênicas na Universidade Federal do Acre (Ufac).
Antes, ela havia estudado somente até a quarta-série do ensino fundamental, anos iniciais. “Quando eu casei, parei de estudar. Depois, já aos sessenta anos e viúva, e com os filhos todos criados, voltei a estudar, fiz todas as provas e passei”, conta ela.
O que foi fundamental para que a dona Eliete concluísse os estudos com êxito no Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) foi o acolhimento recebido. “O acolhimento é muito bom. As pessoas abraçam você, desde o portão até à sala de aula e, assim, consegui aprender muita coisa”, afirma.
A escolha por Artes Cênicas na Ufac é porque ela já trabalha na área. Faz publicidade nas redes sociais para diversas empresas. “Já faço publicidade. Quando uma loja chama o Daniel (Cruz, filho de dona Eliete), me convida também, é gratificante, já estou pronta, faço propaganda para muitas lojas”, destaca.
Voltando a sonhar
Mudar a história e voltar a sonhar. Esse tem sido o objetivo da cabeleireira Suzana da Nóbrega na Educação de Jovens e Adultos. Além de concluir os estudos, ela também fez curso de contabilidade, o que tem a ajudado na hora da gestão do salão, o qual ela pretende melhorar agora em 2025.
Suzana conta que não teve oportunidade de estudar na infância. Aos 12 anos, a mãe foi morar em uma colônia e ela teve que parar os estudos. Estudou até o terceiro ano primário, depois casou, engravidou e parou de estudar novamente. No momento, na EJA, ela concluiu a primeira etapa do terceiro segmento.
A conclusão dos estudos, aliás, foi incentivada por uma empresa que fornece produtos para o seu salão. “Eles pediram para eu fazer um curso mais avançado, e eu preciso terminar e me esforço para ter um futuro melhor, um futuro garantido”, revela.
Ela conta que, na EJA, um professor de Matemática a ajudou bastante. “O que eu aprendi e coloco em prática foi graças a esse professor de Matemática e também às aulas dele, sem falar que os professores são excelentes. Para se ter uma ideia, eu não sabia administrar o meu negócio, trabalhava no vermelho, mas hoje estou com minhas contas em dia”, afirma.
“Hoje eu posso sonhar. Antes eu achava que não iria conseguir, porque todos os cursos eram pagos e caros, então, a EJA me deu praticamente tudo de graça e agora eu posso sonhar mais alto, eu vou realizar o meu sonho”, concluiu.
Da Aldeia para a escola
Outro estudante que teve a vida impactada pelo ensino da Educação de Jovens e Adultos (EJA) foi Júlio Pereira Kaxinawá. Ele conta que parou de estudar muito cedo, mas por conta do incentivo da família, sobretudo do pai e da mãe, veio para a cidade para dar continuidade aos estudos.
“Me sinto feliz em estar estudando. Fico feliz em ver e estar em contato com os colegas, com os professores e aprender cada vez mais. Muitas coisas eu não sabia e agora estou aprendendo, embora a minha maior dificuldade ainda seja falar o português”, conta.
O indígena busca evoluir com o apoio da família. “Tem cinco anos que eu vim para cá e minha família está ajudando. Eles querem que eu me forme para trabalhar e eu me sinto muito feliz porque a educação já vem me ajudando bastante”, afirma.
Estudar para concurso
A estudante Eliane Santiago Feitosa também teve a vida transformada por meio dos estudos. Parou de estudar por motivos que ela cita como “complicados” depois de perder o pai aos 11 anos de idade e ir morar com a avó. Depois, já aos 18, com o apoio do esposo, conseguiu voltar à sala de aula.
Já no Centro de Educação de Jovens e Adultos (Ceja) ela encontrou acolhimento, hospitalidade, carinho e amor de professores, coordenadores e da própria direção. “Agora estou focada nos estudos, quero estudar para concurso, principalmente para a PRF e também para a área de tecnologia, pois quero me formar como programadora”, conta.
Em 2024, ela concluiu o último ano do ensino médio e fez um curso de operador de mídias. “O professor me apoiou muito, e era uma área que eu desejava bastante, onde eu me encontrei, e a EJA abriu uma porta profissional, uma porta que eu quero entrar de cabeça”, revela.
Pela experiência que teve, ela recomenda a todas as pessoas interessadas a estudarem na EJA. “Recomendo o Ceja para quem está pensando em voltar a estudar. As pessoas irão receber de braços abertos, da mesma forma que fui recebida. A vida é uma só e a gente tem que aproveitar cada oportunidade que vier”, afirma.
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Educação realiza aula inaugural do curso magistério intercultural indígena
Por meio do Departamento de Educação Escolar Indígena, a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) realizou na manhã desta terça-feira, 21, a aula inaugural do curso de ensino médio no magistério intercultural para professores indígenas. A aula foi realizada na Escola Família Agrícola (EFA) Jean Pierre Mingan, localizada no km 9 do ramal Progresso, em Acrelândia.
Da aula inaugural participaram o secretário de Educação e Cultura, Aberson Carvalho, o secretário adjunto de Ensino, Tião Flores; a presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Elizete Machado; a representante da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas, Nedina Yawanawa, além de diversos chefes de departamentos da SEE.
O curso conta com a participação de professores indígenas de dez etnias, entre as quais Jaminawa, Huni-Kui, Manchineri, Madja, Kaxinawá e Asshaninka de diversos municípios como Jordão, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Assis Brasil, Manoel Urbano e Sena Madureira.
O curso de ensino médio de magistério intercultural será realizado em seis módulos, sendo o primeiro com a abertura nesta terça-feira, o qual irá perdurar até o dia 28 de fevereiro. Ao todo, 102 professores indígenas que possuem o ensino fundamental participarão da formação, que terá duração de três anos.
O secretário de Educação (SEE), Aberson Carvalho, destacou a importância da formação magisterial intercultural. “O desafio da educação indígena é muito grande e precisamos respeitar a cultura, a língua e devemos compreender que a ciência e o conhecimento tradicionais são importantes no dia-a-dia da sala de aula. Em breve estaremos formando todos esses profissionais, dando melhores condições à nossa educação indígena”, destacou.
De acordo com o professor Charles Falcão, chefe do Departamento de Educação Escolar Indígena, há uma lacuna muito grande na formação dos professores. “São professores que estão atuando, que tem o ensino fundamental e a gente precisa melhorar a qualidade do ensino”, disse.
A presidente do CEE, Elizete Machado, destacou a importância do curso, informando que este é o segundo plano que chega para a aprovação no conselho. “A equipe do secretário buscou e hoje resultou neste curso de ensino médio, que prima pela qualidade do ensino e só quem vai ganhar é a própria comunidade indígena com professores capacitados”, disse.
A representante da Secretaria Extraordinária de Povos Indígenas, Nedina Yawanawa, também falou sobre a importância da formação dos professores. “Estamos felizes com essa retomada [da formação], pois é uma formação que muito almejamos e trata-se de um esforço conjunto e estamos felizes com o apoio da SEE”, afirmou.
O professor José Francisco Ferreira Lima, da aldeia Paz, da etnia Shawádawa, de Porto Walter, falou sobre a expectativa de realizar o curso. “Estamos com uma expectativa boa, porque estamos nos reencontrando, trazendo novas pessoas, e meu sonho é fazer uma faculdade de Educação Física”, disse.
O professor Marcos Tadeu Pereira de Amorim, da aldeia São José, também da etnia Shawádawa de Porto Walter, também tem a expectativa que seja um bom curso. Ele tem como meta fazer uma faculdade de Matemática. “Esse curso é importante para a gente ter mais conhecimento e levar para os alunos”, frisou.
Durante a abertura da aula inaugural do curso de ensino médio no magistério intercultural, o professor Jessé Dantas, do Departamento de Educação de Jovens e Adultos (EJA), realizou a entrega de certificados de ensino fundamental para diversos professores que realizaram exame de proeficiência no ano passado.
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