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Em audiência pública, Câmara Municipal debate abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes

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Atendendo a requerimento da vereadora Elzinha Mendonça, a Câmara Municipal de Rio Branco realizou na sexta-feira, 24, uma audiência pública no qual debateu sobre o “Maio Laranja”, mês e campanha de combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Mendonça destacou a importância da audiência, e relembrou o trágico caso de Aracely Crespo, ocorrido em 1973, que exemplifica a impunidade em casos de violências sexuais contra crianças no Brasil.

A vereadora iniciou apresentando dados que segundo o Disque 100 do governo federal revelaram mais de 17 casos de violência sexual registrados a cada dia. Ela destacou a necessidade de oferecer suporte às vítimas, e falou sobre a importância da conscientização sobre o assunto.

“Precisamos trabalhar juntos para oferecer um suporte adequado e humanizado às vítimas, para poderem reconstruir as vidas com dignidade e esperança. Não basta apenas reagir a casos de abusos, precisamos atuar de forma preventiva, promovendo educação e a conscientização sobre o tema”

Por fim, Mendonça pediu o fortalecimento de políticas públicas, para aprimorar o sistema de proteção e garantir a aplicação das leis existentes, com o intuito de proteger as crianças e adolescentes desses crimes violentos. “Devemos investir em capacitação para profissionais da educação, da saúde e da segurança pública, além de fortalecer as redes de apoio e os serviços de atendimento socializados. O combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes exige coragem e comprometimento.”

O evento contou com a presença da Coordenadora da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC), Waldirene Cordeiro, que enfatizou a urgência em enfrentar o abuso sexual de crianças e adolescente. Cordeiro também apontou dados preocupantes sobre a violência sexual infantil no Brasil, e destacou que 60% das vítimas de estupro têm menos de 14 anos, sendo elas a maioria do sexo feminino.

“Outrora nossas crianças e adolescentes eram vítimas a partir de 12 e a partir de 14 anos, hoje é de 0 a 13 anos, 60% das vítimas de estupro no nosso país possuem menos de 14 anos, e a maioria de vítimas de estupro são 88,7% do sexo feminino e 11,3% do sexo masculino.”

Ela também revelou que, grande parte dos abusos acontecem dentro de casa pela manhã, com, mais de 80% dos abusadores sendo conhecidos das vítimas, e mais de 60% sendo seus familiares. Ela também apontou um aumento de 22,3% no número de registros de vulneráveis em comparação com o ano anterior.

“82,7% dos abusadores são conhecidos das vítimas, infelizmente, 64,4% são os seus familiares, um tio, um pai, um padrinho, um primo, alguém que nunca a gente poderia imaginar ser o agressor. […] Essa é a realidade de um país que precisa atuar firmemente na
educação, no desenvolvimento de políticas efetivas e políticas de atendimento à melhoria e fortalecimento das famílias.”

A juíza de Direito, Dra. Andréa da Silva, vice coordenadora da Infância e Adolescência no Tribunal de Justiça do Estado do Acre, também usou a tribuna e explanou sobre os dados referentes ao Estado, o qual orienta a construção de políticas públicas. “A construção dessas políticas é importante para impactar, tanto com a prevenção, quanto a repreensão de crimes de violência sexual contra crianças e adolescentes. Combate não deve ser apenas aos crimes de violência, pois sabemos que há outras tantas violências”.

Segundo os dados apresentados pela juíza, crianças e adolescentes são as maiores vítimas da violência sexual. “Aproximadamente oito em cada dez vítimas são menores de idade. As meninas são as principais vítimas, sendo 88,7%, e os meninos 11,3%. Dentre as crianças e adolescentes entre 0 e 13 anos vítimas de estupro, os principais autores são familiares (64,4% dos casos) e 21,6% são conhecidos da vítima, somando 82,7%. Cerca de 71,6% dos casos ocorrem na residência da vítima”, frisou.

Com relação ao dados no Acre, levando em consideração dados do Painel de monitoramento dos processos de estupros de vulnerável, disponibilizado pela Corregedoria Geral do Poder Judiciário do Estado do Acre, foram distribuídos no ano corrente 113 processos, sendo 120 casos julgados ainda em 2024 e 701 processos estão pendentes de julgamento

Como forma de prevenção aos crimes de abusos, o Promotor de Justiça, Abelardo Townes, destacou a importância do contato entre autoridades e políticos para efetivar as leis de proteção à infância e propôs a criação de um grupo de trabalho na comunidade escolar com o intuito de educar as crianças sobre o abuso sexual.

“Para que esses temas que foram trazidos para essa audiência sejam convertidos de uma forma didática e na linguagem apropriada para os alunos, para as crianças, os adolescentes, para que as crianças saibam o que é um abuso sexual, para que elas saibam o que é certo e o que é errado.”

Já s Sub-defensora Pública Geral do Estado do Acre, Dra. Juliana Marques, anunciou o lançamento da cartilha “Proteção na Escola” para orientar educadores, pais e alunos sobre identificar e agir em casos de abuso, defendendo a implementação da educação sexual nas escolas.

“Orientada de maneira adequada e respeitosa, e de forma eficaz para proteger as nossas crianças, elas precisam ser informadas sobre seus direitos e ensinadas a identificar e denunciar situações de abuso, é nosso dever enquanto gestores públicos assegurar que esses programas educativos sejam implementados e contem com o apoio necessário.”

Também presente na audiência pública, a delegada de atendimento à Criança e ao Adolescente Vítima (Decav), Dra. Carla Fabíola Coutinho, pontuou sobre a importância de ampliar o debate acerca do tema junto a sociedade. “Costumo dizer que as crianças e adolescentes são os vulneráveis dos vulneráveis, pois, na maioria das vezes, esse grupo
não sabe nem o que é abuso sexual. Portanto, devemos não apenas ampliar o debate, mas também otimizar as políticas públicas de combate a esse mal”.

A Delegacia de Atenção à Criança e ao Adolescente Vítima foi inaugurada em 2022. “Apesar dos índices alarmantes da violência sexual contra crianças e adolescentes, é importante destacar que devido às campanhas de divulgações que são realizadas são fundamentais, pois incentivam as vítimas a não se calarem. Com isso, o que vemos hoje é um aumento significativo de denúncias contra os agressores.

Ao final da audiência, o representante do Conselho da Criança, João Silva Lima, finalizou destacando a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente e apontou a necessidade de mais políticas públicas de proteção à infância.

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Deputados destacam papel social da Defensoria Pública em sessão solene na Aleac

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Durante a sessão solene realizada nesta sexta-feira (16), em alusão ao Dia da Defensora e do Defensor Público, parlamentares da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) exaltaram o papel transformador da Defensoria Pública do Estado e reafirmaram o compromisso da Casa com o fortalecimento da instituição.

O deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB) foi enfático ao destacar que homenagear a Defensoria é um ato de reafirmação democrática. “Estamos vivendo tempos de disputa sobre a afirmação das instituições democráticas. A Defensoria Pública faz com que o sistema de Justiça seja mais justo e mais democrático. Ao ser fortalecida, está presente nos recantos mais distantes, junto às comunidades mais carentes. Os mutirões não são para inglês ver, são trabalho pesado e transformador”, disse, destacando ainda o acolhimento da instituição a pautas importantes, como os conflitos fundiários associados a créditos de carbono.

Maria Antônia (Progressistas), deputada em seu quinto mandato, se emocionou ao falar da Defensoria: “Parabéns pelo trabalho que vocês realizam com o nosso Estado, levando cidadania e dignidade principalmente aos menos favorecidos. Gratidão é a palavra. Tiro o chapéu para todos vocês, e peço que Deus continue abençoando cada defensor e defensora”.

Já a deputada Antônia Sales (MDB) relembrou sua trajetória de apoio à instituição. Em um relato pessoal, contou como conheceu a realidade da Defensoria em Cruzeiro do Sul, onde viu servidores atuando em condições precárias, mas com dedicação inabalável. “Eu chorei de raiva quando vi que o percentual orçamentário pedido por vocês não foi aprovado. Mas seguimos lutando, conseguimos avançar, e hoje temos 1,5% garantido na LDO. Isso mudou a história da Defensoria. Ainda é pouco, vocês são os primos pobres das instituições, mas temos fé de que vamos avançar ainda mais”, disse.

Complementando sua fala, Antônia Sales reforçou o dever da Aleac de fortalecer a Defensoria Pública: “Valorizar essa instituição é valorizar o povo acreano. Reafirmo aqui o meu compromisso com mais investimentos, autonomia e melhores condições de trabalho”, enfatizou a emedebista.

O deputado Fagner Calegário (Podemos) também destacou o esforço coletivo da Aleac para garantir avanços institucionais. “Essa Casa abraçou a Defensoria. Todos os 24 deputados ajudaram a aprovar o aumento do percentual. Hoje vemos a importância disso. A chegada de novos defensores permitiu que a instituição ampliasse o acesso à justiça. Mas é preciso reconhecer: ainda há desigualdade no tratamento dado à Defensoria, se compararmos com outras instituições”.

Calegário destacou ainda o papel da deputada Antônia Sales e de outros colegas na mobilização política que garantiu os avanços recentes. “Foi uma luta nos bastidores, conversando com o governo, com os colegas, insistindo. Hoje colhemos frutos, mas seguimos atentos e comprometidos com mais conquistas”.

Por sua vez, o deputado Afonso Fernandes (PL) destacou ações práticas em apoio à instituição. “Não sou um homem de muitas palavras, mas reconheço o trabalho da Defensoria. Apresentei uma moção de aplausos e uma indicação que resultou na criação de um núcleo especializado em conflitos agrários e regularização fundiária. Essa luta continua”.

A sessão foi proposta pelo deputado Pedro Longo (PDT) e reuniu autoridades dos três poderes, representantes de instituições parceiras, membros da sociedade civil e defensores públicos de todo o estado.

A cerimônia reforçou o papel central da Defensoria Pública como canal de acesso à justiça para os mais vulneráveis e reafirmou o compromisso do Parlamento Acreano com o fortalecimento institucional da entidade.

Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac

Foto: Sérgio Vale

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