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experiências humanas como fonte de inspiração para a criação artística
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A possibilidade de olhar para o interior, de si, do outro, e, a partir de experiências humanas e memórias, construir a base para a imaginação e a criatividade no processo de criação artística é algo que permite mobilizar funções psíquicas como percepção, emoção, e de forma significativa contribuir para a formação humana. Isso é o que nos proporciona a peça teatral Vozes do Interior.
A peça, criada a partir de experiências vividas pelo grupo de teatro acreano Estrela Altaneira, em viagens a comunidades no interior do Acre, e das histórias contadas pelas pessoas dessas comunidades, nos convida a acompanhar os personagens Francisco Firmo e Chiquinha do Pandeiro a uma jornada em busca de encontrar Chica Brejeira, a mãe de Chiquinha.
De forma simples, mas com maestria, Francisco Firmino e Chiquinha conseguem conduzir o espectador pelos rios da Amazônia, apresentando histórias e seres que habitam o cotidiano da vida na região. Que rios são esses? Ora, pode ser o Juruá, Moa, Croa, ou aquele rio que guardamos na memória, repleto de histórias que a gente ouviu ou viveu.
Fez-me lembrar do tempo quando, ainda criança, minha família deslocou-se de Rio Branco até Manaus. De lá embarcou em um navio com destino a Belém, para que meu irmão e eu pudéssemos conhecer a avó paterna. Foram cinco dias de viagem, iniciando pelas enigmáticas águas do Rio Negro, passando pelo Amazonas, até encontrar o azul turquesa das águas do Rio Tapajós.
Ao longo da viagem, curumins em mini canoas nos abordavam por algum souvenir. Faziam festa quando, do navio, lançávamos biscoito e refrigerante. Na proa, o vento a balançar-me os cabelos, as brincadeiras no convés, são ainda lembranças vivas de um momento memorável em família.
Especial foi perceber que, no espaço de cena, não necessariamente palco ou tablado, a luz, o teatro de sombras, a música marcante, a percurssão trazidas pela voz e mãos de Francisco Firmino e Chiquinha comunicam de tal forma, que aguçam as mais remotas lembranças.
Ao fim do espetáculo, em roda de conversa com os atores, a plateia teve a oportunidade de saber mais a respeito do processo de criação e expressar sentimentos, emoções despertadas. Para a grande maioria, Vozes do Interior reforça o quanto a arte pode ser transformadora. Essas revelações são feitas também pelo vendedor pracista que prestigiou a apresentação em Rio Branco. Por meio do espetáculo pôde-se reviver as subidas e descidas pelos rios do Acre, vendendo suprimentos, aviamentos. Momentos em que, segundo relato do espectador, por vezes, mesmo com dinheiro no bolso, não havia onde comprar comida e a farofa trazida na viagem era o alimento do viajante.
Depois de estrear em Rio Branco a produção segue em turnê. Já esteve no Amazonas, retornou para apresentação nas comunidades que inspiraram a criação da peça. Nos próximos dias estará em Rondônia, deixando por aqui o gosto de queremos mais. Bis? Sim, queremos. Que venha então a nova temporada, em breve.
Cleide Elizabeth Santos é publicitária, jornalista com mestrado em Educação e assessora de comunicação na Agência de Negócios do Estado do Acre
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Educação realiza aula inaugural do curso magistério intercultural indígena
Por meio do Departamento de Educação Escolar Indígena, a Secretaria de Estado de Educação e Cultura (SEE) realizou na manhã desta terça-feira, 21, a aula inaugural do curso de ensino médio no magistério intercultural para professores indígenas. A aula foi realizada na Escola Família Agrícola (EFA) Jean Pierre Mingan, localizada no km 9 do ramal Progresso, em Acrelândia.
Da aula inaugural participaram o secretário de Educação e Cultura, Aberson Carvalho, o secretário adjunto de Ensino, Tião Flores; a presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Elizete Machado; a representante da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas, Nedina Yawanawa, além de diversos chefes de departamentos da SEE.
O curso conta com a participação de professores indígenas de dez etnias, entre as quais Jaminawa, Huni-Kui, Manchineri, Madja, Kaxinawá e Asshaninka de diversos municípios como Jordão, Santa Rosa do Purus, Feijó, Tarauacá, Porto Walter, Marechal Thaumaturgo, Assis Brasil, Manoel Urbano e Sena Madureira.
O curso de ensino médio de magistério intercultural será realizado em seis módulos, sendo o primeiro com a abertura nesta terça-feira, o qual irá perdurar até o dia 28 de fevereiro. Ao todo, 102 professores indígenas que possuem o ensino fundamental participarão da formação, que terá duração de três anos.
O secretário de Educação (SEE), Aberson Carvalho, destacou a importância da formação magisterial intercultural. “O desafio da educação indígena é muito grande e precisamos respeitar a cultura, a língua e devemos compreender que a ciência e o conhecimento tradicionais são importantes no dia-a-dia da sala de aula. Em breve estaremos formando todos esses profissionais, dando melhores condições à nossa educação indígena”, destacou.
De acordo com o professor Charles Falcão, chefe do Departamento de Educação Escolar Indígena, há uma lacuna muito grande na formação dos professores. “São professores que estão atuando, que tem o ensino fundamental e a gente precisa melhorar a qualidade do ensino”, disse.
A presidente do CEE, Elizete Machado, destacou a importância do curso, informando que este é o segundo plano que chega para a aprovação no conselho. “A equipe do secretário buscou e hoje resultou neste curso de ensino médio, que prima pela qualidade do ensino e só quem vai ganhar é a própria comunidade indígena com professores capacitados”, disse.
A representante da Secretaria Extraordinária de Povos Indígenas, Nedina Yawanawa, também falou sobre a importância da formação dos professores. “Estamos felizes com essa retomada [da formação], pois é uma formação que muito almejamos e trata-se de um esforço conjunto e estamos felizes com o apoio da SEE”, afirmou.
O professor José Francisco Ferreira Lima, da aldeia Paz, da etnia Shawádawa, de Porto Walter, falou sobre a expectativa de realizar o curso. “Estamos com uma expectativa boa, porque estamos nos reencontrando, trazendo novas pessoas, e meu sonho é fazer uma faculdade de Educação Física”, disse.
O professor Marcos Tadeu Pereira de Amorim, da aldeia São José, também da etnia Shawádawa de Porto Walter, também tem a expectativa que seja um bom curso. Ele tem como meta fazer uma faculdade de Matemática. “Esse curso é importante para a gente ter mais conhecimento e levar para os alunos”, frisou.
Durante a abertura da aula inaugural do curso de ensino médio no magistério intercultural, o professor Jessé Dantas, do Departamento de Educação de Jovens e Adultos (EJA), realizou a entrega de certificados de ensino fundamental para diversos professores que realizaram exame de proeficiência no ano passado.
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