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Passeio em Orlando

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Desembarquei em Orlando com a economia mundial se desmilinguido. Dólar em alta, bolsas em baixa. O dólar com forte disparada de 3,65%, fechando a semana cotado a R$ 5,835. “A moeda americana se valorizou mais de 20 centavos em um único dia, em meio à escalada da guerra comercial iniciada pelo tarifaço de Donald Trump.

A China anunciou que vai retaliar os Estados Unidos e impor tarifas adicionais de 34% sobre importações norte-americanas, em resposta aos encargos de mesma magnitude impostos por Trump. A escalada da guerra comercial causou o derretimento de Bolsas globais pelo segundo dia consecutivo. No Brasil, a Bolsa despencou 2,96%, a 127.256 pontos. É o menor patamar em três semanas para o Ibovespa, que, até este pregão, estava rondando a casa.

Em Wall Street, o S&P 500 afundou 5,97%; o Nasdaq Composite, 5,82%. O Dow Jones perdeu 5,50%. Só nos dois últimos pregões, o valor de mercado das empresas listadas encolheu US$ 5,4 trilhões. O índice Stoxx 600, referência da Europa, despencou 5,12%, enquanto o FTSE 100 caiu 4,3%. O Dax da Alemanha recuou 4,59%. Já o Nikkei, da Bolsa de Tóquio, fechou em baixa de 2,75%, registrando uma queda de 9% na semana. As Bolsas da China não abriram em virtude de um feriado”, assisto nos telejornais. O mundo está cada vez mais caro, imprevisível e caótico.

Já em Orlando, terra do Pato Donald e do Donald Trump, vejo que o dólar ultrapassou 6 reais, tornando tudo muito caro. Já que estou aqui, vamos em frente, seguindo a máxima que ensina: “Quem converte, não se diverte”.
É a primeira vez que venho aos EUA após a posse de Donald Trump em 20 de janeiro.

Com o mundo cada vez mais polarizado, tem os amam e os que odeiam Trump.
Orlando é minha cidade preferida após São Luís, minha Ilha do Amor.

Fui almoçar em um shopping. Após o almoço, refastelado, ouço um vídeo que um amigo me enviou, com o impagável Odorico Paraguaçu, interpretado por Paulo Gracindo, na icônica “O Bem Amado”, vai à sede da ONU, em NY, e fala um inglês hilário. O vídeo foi resgatado, pois no domingo, o ex-presidente Jair Bolsonaro, em cima de um carro de som, na avenida Paulista, leu algumas palavras desconexas em inglês, “popcorn and ice cream sellers”, nem Joel Santana faria melhor. Bolsonaro conseguiu ser mais folclórico do que Odorico, personagem criado por Dias Gomes. Aliás, nossos políticos são folclóricos e caricatos.

Na mesa ao lado, uma senhora ouve o mesmo vídeo e sorrir. Pergunto se é brasileira.

Sandra, paulista, tradutora, reside há vinte anos em Orlando, viajaria à noite para SP, de férias. Nunca tínhamos nos visto antes, rimos da coincidência. Coisa que só acontece com nós brasileiros. Seria impensável com japoneses ou europeus tal cena.

Na quarta-feira, 09/04, fui convidado para palestrar para um grupo de bombeiros, do 51° Distrito, Orange County Fire Rescue. Logo cedo, entre a troca de turnos, estava a contar sobre minhas andanças pelo mundo, algumas histórias vividas e vivenciadas pelos 151 países visitados em todos os continentes da terra.

Com tradução de Frederico Costa e Silva, meu filho, e tendo ao lado José Leônidas da Silva, amigo que a vida me presentiou há quinze anos, tenho a sorte e o privilégio de contar minha saga para diferentes plateias por onde passo.
Mesmo com dólar caro, sigo em frente, me adequando às turbulências da economia, pois se for esperar por bons tempos, não saio de casa. Tenho pós-doc em perrengues, nunca tive dinheiro sobrando para realizar sonhos. Assim, mesmo com dinheiro curto, sigo em frente. Avante! Muito chão e céus para desbravar.

Luiz Thadeu Nunes e Silva,  escritor e globetrotter. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.
Instagram: @Luiz.Thadeu
Facebook: Luiz Thadeu Silva
E-mail: [email protected]

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Acre amplia o seu comércio exterior, mas ainda não chegou ao porto de Chancay

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No primeiro trimestre de 2025 o Acre já exportou US$ 25,704 milhões e importou US$ 365 mil, apresentando um saldo de US$ 25,339 milhões. No mesmo período de 2024 o Acre tinha exportado US$ 15,679 milhões e importado US$ 1,204 milhão, apresentando um saldo de US$ 14,475 milhões. Na comparação entre os trimestres de 2024 e 2025,  verificou-se um crescimento de 63,9% nas exportações e uma queda de 69,7% nas importações. Então, os dados apontam um crescimento da balança comercial, entre um período e o outro, de 57,1%.

Como pode ser observado no gráfico a seguir, o domínio das exportações no período veio da carne bovina (36,8%). Merece destaque, o preço da castanha no mercado internacional, que subiu, em média, quase 100% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que influenciou no valor  da sua exportação, que representou 21,8% do valor total exportado. As exportações de soja aumentaram com significância a partir no mês de março, mesmo no início, já representam 18,9% do total exportado pelo Acre.  Os meses de alta das exportações da soja vão de fevereiro a junho.

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As exportações de carne suína continuam com uma alta representatividade nas exportações, estimulado por um leve crescimento dos preços pagos e representam  16, 5% do total. Já a madeira apresenta um cenário de baixa nos preços no mercado internacional refletindo a sua baixa participação nas exportações acreanas e atinge somente 3,4% do total exportado.

O Acre ainda não utiliza os portos do Pacífico no seu comércio internacional

Cerca de 36% dos produtos exportados, no primeiro trimestre de 2025, foram para o Peru, um pouco acima da participação do mesmo período de 2024 (34,2%). Em relação as importações, até o período, não tinham nenhum registro com o Peru. No mesmo período do ano passado, as importações do Peru representaram somente 6,4%. Apesar desse significativo comércio com o Peru, principalmente nas exportações, o Acre ainda não conseguiu fazer comércio internacional utilizando os portos daquele país, para acessar, principalmente, os países asiáticos.

As nossas exportações, em 2024, para a Ásia, totalizaram US$ 12,225 milhões, correspondente a 14% de tudo o que o estado exportou no ano. Por sua vez, as importações, que totalizaram US$ 4,43 milhões, 54% vieram de países asiáticos, valor extremamente significativo. Todo esses comércio exterior feito foi realizado pelos portos brasileiros, principalmente, os de Rio Grande e  Manaus.

Os desafios para alcançar o porto de Chancay

Em matéria publicada pelo Jornal Valor Econômico do dia 14/4/2025, assinada pelo jornalista  Guilherme Meirelles, com o título: “ Chancay, o porto com projeto auspicioso, mas com início de operação cheio de desafios”, descreve que, exportar para a Ásia por meio do novo porto do Peru ainda é inviável pelos altos fretes, trâmites aduaneiros e, principalmente, pela falta de estrutura rodoviária e ferroviária para transpor a Cordilheira dos Andes. Destacamos a seguir, os principais pontos levantados por Meirelles na sua matéria.

  1. As exportações por Chancay vão encurtar o trajeto marítimo pelo Oceano Pacífico em direção à Ásia em dez dias, se comparado às saídas dos portos brasileiros pelo Oceano Atlântico;
  2. Um navio partindo de Chancay alcança o porto de Xangai entre 20 e 30 dias; pelo porto de Santos, o mesmo trajeto, dobrando o cabo da Boa Esperança, pode demorar até 45 dias, conforme as condições climáticas.
  3. Meirelles ouviu o Sr. Luiz Pedro Bier, presidente da Aprosoja-MT, ele afirma que “Não há nenhuma movimentação de soja pelos portos do Chile e do Peru. A soja é um produto de baixo valor agregado. Teria de haver uma ferrovia até Chancay. Nossas carretas de nove eixos transportam até 55 toneladas, enquanto o limite nas cordilheiras é de 27 toneladas por veículo. É preciso uma integração para desburocratizar as aduanas nos países vizinhos e no Chile.”
  4. Em termos de políticas do Governo Federal visando a integração Sul-Americana, em um primeiro momento, as rotas com mais afinidade ao acesso pelo Pacífico via região Norte são as rotas 2 (Amazônica) e 3 (Quadrante Rondon), essa última de maior interesse para o Acre.
  5. Pela Rota 3, o programa prevê obras nas rodovias BR-364 e BR-317, que seriam canais de acesso pelo Acre ao Peru.
  6. Meirelles ouviu também o Sr. Augusto Cesar Barreto Rocha, diretor da comissão de logística do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam),  que afirma que, entre outras coisas, põe ainda em dúvida as vantagens competitivas de Chancay afirmando: “O tempo que se ganha no trajeto marítimo seria compensado pelos transbordos, armazenamento, fiscalização policial, documentação aduaneira, intempéries climáticas e condição precária da infraestrutura”. O ideal, segundo ele, seria o asfaltamento da BR-319 (Manaus-Porto Velho), hoje praticamente intransitável em um trecho de 400 quilômetros.
  7. Olivier Girard, CEO da consultoria Macroinfra, também ouvido pelo autor da matéria, diz que há anos se buscam soluções modais para o acesso ao Pacífico, mas os fretes inviabilizam. Destaca que nos últimos anos, houve o esboço de dois projetos ligando por modal ferroviário o Brasil e o Peru. O primeiro seria a Ferrovia Transoceânica, conectando os portos de Açu (RJ) e Callao (Peru), em um trajeto de quase 17 mil quilômetros. O projeto nunca saiu do papel , afirmando que  tanto na região de Pucalpa (Peru) como no lado brasileiro, no Acre, há reservas ambientais intocáveis.
  8. Girard complementa dizendo que no governo Bolsonaro, houve a proposta de uma ferrovia ligando os portos de Santos e Ilo (Peru), passando pela Bolívia. A ideia foi descartada pelo governo Lula e substituída pelo programa de integração de rotas.

São questões importantes que precisamos incorporar como armas para buscar soluções para o Acre alcançar Chancay, Fará muito bem para o nosso comércio exterior.


Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no NR

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