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“Quando não souber o que pedir, peça Felicidade”
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Quinta-feira, 20 de março. Vou ao supermercado, logo cedo, para compras semanais, para abastecer a dispensa e fazer a casa funcionar.
Uma simples ida ao supermercado demanda tempo e paciência. Preciso de carro para me locomover, já que o supermercado não fica perto onde moro.
A qualquer hora do dia, trânsito intenso. Chove, e o que era difícil vira caos. Um caminhão parado, quebrado, paralisa tudo. Filas intermináveis de carros. Motocicletas, como exame de abelhas, tumultuam ainda mais.
Chego ao destino. Estacionamento lotado, difícil encontrar uma vaga. Supermercado cheio, -uma aventura pegar um carrinho de compras.
Não sou perdulário, compro o necessário, evitando desperdícios, ainda mais agora que moro só. Ando entre gôndolas, observando preços e prazo de validade dos produtos. Compro frutas, verduras e ovos, o grande vilão dos preços atuais. Vi no noticiário que estão alugando até galinhas poedeiras, tamanho o descalabro que chegamos.
Compras feitas, não abro mão de queijos e vinhos, que não são luxos, mas itens necessários que fazem parte de minha cesta básica de felicidade.
Na fila para efetuar o pagamento, escolho a de menor tamanho, na esperança de pagar e voltar rápido para casa; tenho outros compromissos agendados.
-Moço, o senhor pode empurrar o meu carrinho enquanto vou pegar o pão que esqueci, me pede uma senhora que aparenta ter mais idade que eu.
-Sim, claro, respondo, na esperança de poder ajudar.
-Obrigado, moço, me diz ela, na volta.
-Amor, peguei esses chocolates, diz um senhor para ela, a companheira de fila.
-Ele gosta de chocolates? Pergunto, enquanto ele se afasta para pegar mais produtos para o carrinho cheio.
-É para nosso neto, responde ela.
-Coisa boa, tenho um neto recém-nascido, Heitor, que ainda não come chocolate.
-Você vai vê quando ele crescer, tudo será para o Heitor. Neto é presente de Deus.
O marido volta, despejando mais produtos no carrinho.
-Esse é Antônio, meu marido, meu amor e melhor amigo, me apresenta ela.
-Seu Antônio, parabéns pela declaração de amor de sua esposa.
Ao observar o casal, lembro de algo que li recentemente: “O melhor da vida está na pequenez que os olhos apressados em busca de grandezas não veem”.
“E deixa-me dizer-te em segredo um dos grandes segredos do mundo: – Essas coisas que parece não terem beleza nenhuma, é simplesmente porque não houve nunca quem lhes desse ao menos um segundo olhar!”, cito a singeleza de Mario Quintana.
Compras feitas e pagas, me dirijo para o carro. Na volta sintonizo a rádio, que toca “Peça Felicidade”, do grupo Merlim, uma das minhas canções favoritas.
“Hoje vamos desejar o bem/ Sem olhar a quem
Acabar com a solidão/ No ato de estender a mão
Peça tudo o que você quiser/ Acredite na sua fé
Paz, saúde, vigor, sucesso/ Alegria, esperança, amor
Aproveite todas as sensações/ Sinta a chuva te molhar
E quando o sol chegar/ Deixa esquentar
Tenha dentro do seu coração/ Pureza e verdade
O que você transmitir/ Volta com intensidade
Quando não souber o que pedir/ Peça felicidade
Quando não souber o que doar/ Doe sua metade
E depois Vai sentir a energia/ E satisfação de ver nascer um novo dia
Aproveite todas as sensações/ Sinta a chuva te molhar
E quando o sol chegar/ Deixa esquentar
Tenha dentro do seu coração/ Pureza e verdade
O que você transmitir/ “ Volta com intensidade.
Quando você entende que viver é um eterno jogo de tentativas, acertos, e aprendizado e que, no fim, esta é a única vida que temos; então, que ela carregue a sua essência, o que te faz bem, tudo o que te move e o melhor de você.
Dia 20 de março foi instituído, em 2012, pela ONU, como Dia Internacional da Felicidade. Vamos ser feliz!
Luiz Thadeu Nunes e Silva
Engenheiro Agrônomo, escritor e globetrotter. Autor do livro “Das muletas fiz asas”.
Instagram: @Luiz.Thadeu
Facebook: Luiz Thadeu Silva

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Acre amplia o seu comércio exterior, mas ainda não chegou ao porto de Chancay

No primeiro trimestre de 2025 o Acre já exportou US$ 25,704 milhões e importou US$ 365 mil, apresentando um saldo de US$ 25,339 milhões. No mesmo período de 2024 o Acre tinha exportado US$ 15,679 milhões e importado US$ 1,204 milhão, apresentando um saldo de US$ 14,475 milhões. Na comparação entre os trimestres de 2024 e 2025, verificou-se um crescimento de 63,9% nas exportações e uma queda de 69,7% nas importações. Então, os dados apontam um crescimento da balança comercial, entre um período e o outro, de 57,1%.
Como pode ser observado no gráfico a seguir, o domínio das exportações no período veio da carne bovina (36,8%). Merece destaque, o preço da castanha no mercado internacional, que subiu, em média, quase 100% em relação ao mesmo período do ano anterior, o que influenciou no valor da sua exportação, que representou 21,8% do valor total exportado. As exportações de soja aumentaram com significância a partir no mês de março, mesmo no início, já representam 18,9% do total exportado pelo Acre. Os meses de alta das exportações da soja vão de fevereiro a junho.
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As exportações de carne suína continuam com uma alta representatividade nas exportações, estimulado por um leve crescimento dos preços pagos e representam 16, 5% do total. Já a madeira apresenta um cenário de baixa nos preços no mercado internacional refletindo a sua baixa participação nas exportações acreanas e atinge somente 3,4% do total exportado.
O Acre ainda não utiliza os portos do Pacífico no seu comércio internacional
Cerca de 36% dos produtos exportados, no primeiro trimestre de 2025, foram para o Peru, um pouco acima da participação do mesmo período de 2024 (34,2%). Em relação as importações, até o período, não tinham nenhum registro com o Peru. No mesmo período do ano passado, as importações do Peru representaram somente 6,4%. Apesar desse significativo comércio com o Peru, principalmente nas exportações, o Acre ainda não conseguiu fazer comércio internacional utilizando os portos daquele país, para acessar, principalmente, os países asiáticos.
As nossas exportações, em 2024, para a Ásia, totalizaram US$ 12,225 milhões, correspondente a 14% de tudo o que o estado exportou no ano. Por sua vez, as importações, que totalizaram US$ 4,43 milhões, 54% vieram de países asiáticos, valor extremamente significativo. Todo esses comércio exterior feito foi realizado pelos portos brasileiros, principalmente, os de Rio Grande e Manaus.
Os desafios para alcançar o porto de Chancay
Em matéria publicada pelo Jornal Valor Econômico do dia 14/4/2025, assinada pelo jornalista Guilherme Meirelles, com o título: “ Chancay, o porto com projeto auspicioso, mas com início de operação cheio de desafios”, descreve que, exportar para a Ásia por meio do novo porto do Peru ainda é inviável pelos altos fretes, trâmites aduaneiros e, principalmente, pela falta de estrutura rodoviária e ferroviária para transpor a Cordilheira dos Andes. Destacamos a seguir, os principais pontos levantados por Meirelles na sua matéria.
- As exportações por Chancay vão encurtar o trajeto marítimo pelo Oceano Pacífico em direção à Ásia em dez dias, se comparado às saídas dos portos brasileiros pelo Oceano Atlântico;
- Um navio partindo de Chancay alcança o porto de Xangai entre 20 e 30 dias; pelo porto de Santos, o mesmo trajeto, dobrando o cabo da Boa Esperança, pode demorar até 45 dias, conforme as condições climáticas.
- Meirelles ouviu o Sr. Luiz Pedro Bier, presidente da Aprosoja-MT, ele afirma que “Não há nenhuma movimentação de soja pelos portos do Chile e do Peru. A soja é um produto de baixo valor agregado. Teria de haver uma ferrovia até Chancay. Nossas carretas de nove eixos transportam até 55 toneladas, enquanto o limite nas cordilheiras é de 27 toneladas por veículo. É preciso uma integração para desburocratizar as aduanas nos países vizinhos e no Chile.”
- Em termos de políticas do Governo Federal visando a integração Sul-Americana, em um primeiro momento, as rotas com mais afinidade ao acesso pelo Pacífico via região Norte são as rotas 2 (Amazônica) e 3 (Quadrante Rondon), essa última de maior interesse para o Acre.
- Pela Rota 3, o programa prevê obras nas rodovias BR-364 e BR-317, que seriam canais de acesso pelo Acre ao Peru.
- Meirelles ouviu também o Sr. Augusto Cesar Barreto Rocha, diretor da comissão de logística do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), que afirma que, entre outras coisas, põe ainda em dúvida as vantagens competitivas de Chancay afirmando: “O tempo que se ganha no trajeto marítimo seria compensado pelos transbordos, armazenamento, fiscalização policial, documentação aduaneira, intempéries climáticas e condição precária da infraestrutura”. O ideal, segundo ele, seria o asfaltamento da BR-319 (Manaus-Porto Velho), hoje praticamente intransitável em um trecho de 400 quilômetros.
- Olivier Girard, CEO da consultoria Macroinfra, também ouvido pelo autor da matéria, diz que há anos se buscam soluções modais para o acesso ao Pacífico, mas os fretes inviabilizam. Destaca que nos últimos anos, houve o esboço de dois projetos ligando por modal ferroviário o Brasil e o Peru. O primeiro seria a Ferrovia Transoceânica, conectando os portos de Açu (RJ) e Callao (Peru), em um trajeto de quase 17 mil quilômetros. O projeto nunca saiu do papel , afirmando que tanto na região de Pucalpa (Peru) como no lado brasileiro, no Acre, há reservas ambientais intocáveis.
- Girard complementa dizendo que no governo Bolsonaro, houve a proposta de uma ferrovia ligando os portos de Santos e Ilo (Peru), passando pela Bolívia. A ideia foi descartada pelo governo Lula e substituída pelo programa de integração de rotas.
São questões importantes que precisamos incorporar como armas para buscar soluções para o Acre alcançar Chancay, Fará muito bem para o nosso comércio exterior.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no NR
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